sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Concrecoisa Bossa Negra



O som, desde sempre, embalou a formação do Brasil.
A Concrecoisa Bossa Negra é um registro visual, com o pé no passado, deste lado ancestral brasileiro.
Já a expressão Bossa Negra é o nome do CD que fiz em parceria com Narlan Matos.
Aqui, a Bossa Negra vira, agora, a Concrecoisa.
A mão da foto é de Iago Bispo. É a mão que simboliza o calo deixado ao longo da história.
É a mão que toca o violão multicolor onde as cordas remetem aos EUA (local onde o parceiro Narlan mora), à África (berço da Bossa Negra) e ao Brasil (síntese de tudo).
A mão, que fez este país não ser mais colônia de Portugal, agora engendra o som.
A Concrecoisa faz surgir a negracidade, neologismo híbrido onde as tensões históricas dão formas ao Brasil de hoje.
A Bossa Negra é uma agracidade, outro neologismo criado no mundo da Concrecoisa. Agracidade é a graça alcançada. É a força superior fincada no Brasil e que está presente em todas as dimensões.
O som do Brasil é o som da África, é o som de todos os lugares e mares.
O CD Bossa Negra é o objeto sonoro que traz a agracidade à frente de tudo.
O alcançável é a forma lúdica da alma em fluxo infinito de energia.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Concrecoisa Barro



O barro faz a vida
A vida faz a Concrecoisa

Hoje é dia de comemoração.
Comecei a publicar as concrecoisas, neste blog, no dia 22 de setembro de 2010.

Um ano, um tudo
Um mês
Uma semana
Um dia
Uma hora
Um segundo, um nada

Todo tempo é tempo de comemoração, do tudo ou do nada.
Um ano de Concrecoisa na Internet é a comemoração a partir do barro.
Nós somos uma parte deste barro.
Uma mistura que não tem dimensão.
O que está aí é o que é, nada mais!

O barro é a massa da vida.
O barro é o trabalho.
O barro é a ceramista no seu mundo.
O barro é a encarnação dos deuses ancestrais.
O barro é a fonte de conexão, de inspiração.
O barro é o Mestre Vitalino e os bonecos com o povo do sertão
O barro é a glória.
O barro é a compaixão.
O barro é a adoração.
O barro é a Concrecoisa, pois a Concrecoisa é o barro da gênese.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Concrecoisa Hiato



O espaço entre o nascer e o morrer gera um fragmento de tempo, um tempo passado.
Chamo este fragmento de hiato da vida.
A lógica cartesiana deste hiato resume-se no sintético verso:

O fim
Começa
Ao nascer
Ao nascer
Começa
O fim

Este hiato, por sua natureza singular, cria uma ilusão em cada um de nós.
O hiato é a ilusão biográfica.

A Concrecoisa em seu sentido visual percorre verticalmente a trilha inquietante da vida; uma vida onde as cores que adornam do sucinto verso acabam sendo momentos estabelecidos pela linha do tempo.

A escuridão (preto) é o fim.
A claridade (branco) é o nascer.
A atenção (amarelo pastel) é o começar.

A verticalidade de cada linha do verso é a projeção do nascer.
Depois do nascer vem o hiato, um sopro que torna a linha do tempo um enigma do que virá.
E o hiato se repete em si, consolidando a vivência.
Nesta Concrecoisa, os dois textos repetidos com a frase “O hiato é a vida”, nos campos em brancos, se ligam ao outro campo, em preto, que traz a frase “ao nascer”, que é a síntese da síntese de todos nós.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Concrecoisa 11 de setembro



A bandeira americana chora.
Cada estrela virou uma gota deste choro, uma lágrima que não cessa.
O temor se espalhou pelo mundo.
O horror filmado assustou e ainda assusta.
São imagens inimagináveis e crueis.
O dia 11 de setembro de 2001 jamais será esquecido.
As torres gêmeas viraram estilhaços.
Atentados planejados e inocentes mortos.
Tanta barbárie, tanto horror e tanto desamor.
O haicai na Concrecoisa é uma espécie de silêncio total de “um minuto infinito”.

Perigo no ar
Torres estilhaçadas
Choro da nação

A Concrecoisa desta sexta-feira também chora.
O amigo poeta e jornalista Emmanuel Mirdar foi quem sugeriu o tema. Taí!
Em respeito ao povo americano, a Concrecoisa fica em silêncio e em luto total.
Minhas lágrimas também caíram naquele ano de 2001!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Concrecoisa Andança


O tempo é a sinfonia da vida.
Ele, invisível, nos segue e persegue os nossos passos.
Um pé, um por um, gera o passo, que é o caminho do passado.
O passo é o tempo que ficou e deixou a dança da andança.
O andarilho, aqui, é o amigo Aníbal Gondim.
Seu pé está presente no caminho.
Um pé, apenas um, pois o outro é o ponto de equilíbrio do passo.
E o passado, sempre, é a fotografia, agora concrecoisada.
E a cor deste passado, naturalmente, perde seus tons.
Turva-se a juventude.
Sobrepõe-se o tempo.
A cor se transforma.
E a Concrecoisa não perde a sua essência.