sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Concrecoisa Anovo


O poder da mudança está na pessoa.
Todo tempo é tempo de mudança.
Como estamos mudando de ano, deixando 2011 para trás, a Concrecoisa Anovo brinda a mudança de data.
Ano + Novo = Anovo.
Velho + ano = Velhano.
Os neologismos (anovo e velhano) estão sendo criados ou recriados, sei lá!?.
Alguém deve ter pensado nestas junções de palavras.
Como disse na imagem, que é a Concrecoisa:

anovo
velhano
mudança
um dia
outro dia
igualdia

Termino com a palavra igualdia, outro neologismo, que é a junção de igual + dia.

E tudo se repete, tudo se molda aos modismos que insistem em nos domar.
O ontem afronta o agora sem, nunca, um sentir o que o outro é.
Tempos distantes e taças de qualquer coisa com qualquer coisa a brindar.
Feliz anovo (2012) e adeus velhano (2011).
O tempo segue ordenando o que temos o que fazer.
Tintim...
Tintim...
Tintim...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Concrecoisa Espuma



A espuma é algo divino.
É como a própria vida.
Um dia se forma e outro dia desaparece.
Quando a espuma desaparece, o ar volta para a atmosfera.
E a espuma que havia criado uma imagem, cria em si a imagem do inesperado, que é o próprio desaparecer.
Quem assistiu a imagem se formar realiza um sonho só naquele instante.
Depois, o sonho morre, ou melhor, se transforma em lembrança.
Aqui, temos uma ave, temos o mar, temos a luz e diante dos olhos a imaginação.

Bolhas de ar...
Ar no líquido...
Ar da forma...
Magia no ar...

E a espuma rapidamente adormece.
Ploc, ploc, ploc, ploc...
Ela precisa adormecer para voltar a ser o que nunca fora.
Imagens das espumas jamais são iguais.
Ainda bem que somos espumas. Ainda bem!!!!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Concrecoisa Grude

 
Grudar a semente do bem n’alma pode gerar ao longo do tempo o fruto bondade n’outro.
Certo dia, um sábio andarilho, visionário por natureza, gravou numa pedra no deserto:

O visgo da bondade
Aderido n’alma de poucos
Gruda na pele, na carne e no osso
Como nódoa em tecido
Ou ostra no lodo

O tempo passou.
O andarilho morreu de sede.
E o seu pensamento foi disseminado por outro andarilho, que morreu desiludido na cidade grande.
Hoje, a nódoa da maldade teima em manchar almas.
E os andarilhos morrem ao longo do caminho onde a esperança por um mundo melhor acaba virando inscrição em pedra erodida.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Concrecoisa Viveres


Viver é uma arte que exige muita alquimia.
Sofremos em diversas situações da vida.
Quando alguém morre, por exemplo, um vazio se estabelece em quem perde este alguém.
Para quem gosta de futebol, o vazio foi perder o jogador Sócrates.
Fiquei por alguns instantes meditando sobre o sentido da perda.
Na verdade, morre quem fica vivo.
Parece algo contraditório, mas não é!
É o mesmo que dizer: quem nasce perde a vida.
O vivo morre, aos poucos, porque sofre com a perda de quem morreu.
Esta morte aos poucos é imperceptível aos olhos da vida.
Por esta e outras razões faço da Concrecoisa Viveres uma pequena homenagem a Sócrates, uma homenagem à vida.
Assim, uso as cores que remetem ao Pavilhão Nacional, cores de Sócrates Brasileiro.
E o seu calcanhar é a régua que calcula o passe numa aritmética dos grandes gênios da bola.
Morrer é isto e viver é saber morrer sem sofrer em demasia.
No fim do jogo da vida, o gol permanece sendo a coisa consagradora. 
Lá vai a bola da vida a rolar...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Concrecoisa Razão Turva



Quando alguém sem razão entende que a sua razão é soberana, a essência da palavra razão se turva.
Só existe, nesta pessoa, o seu umbigo, a sua verdade.
Neste instante, o egoísmo fica terrível.
Ele corrói tudo aquilo que não faz parte de sua coisa.
A Concrecoisa Razão Turva mostra um pouco disso.
Três cores definem o fundo no jogo das palavras.
Cada cor tem a sua razão...
Porém, aqui, a razão é dividida.
O todo vira consenso e o egoísmo desaparece.
Como tudo tem um fim.
O egoísmo, dentro de seu dono, morre asfixiado.
E o que era turvo passa a não existir mais.
Cada dia é assim na epopeia da “triste turva razão do egoísmo em ação”.