sexta-feira, 29 de junho de 2012

Concrecoisa Vaidade


A vaidade corrói o coração liberto de qualquer pessoa, sobretudo do artista.
Como navalha, ela (a vaidade) corta o lado mais belo do ser: a simplicidade.
E o artista atormentado teima em cultuar uma vaidade purpurinada.
Caprichos, nada mais do que caprichos. Tolice em explosão.
Com a idade, quem sabe, a vaidade alforriada do artista despede-se junto ao canto da morte.
Talvez seja tarde para uma reflexão existencial.
Enquanto tudo permanece como está, em glória, a vaidade marcha.
Ela vem.
E a vida vai, vai...
No balanço das ondas do mar, enquanto a vaidade firma-se, a idade vai, distanciando-se do presente.
Vai, idade, vai...
Vai como a vaidade que vai inundando tudo.
Idade que se afasta de tudo.
E no último suspiro da vaidade, a simplicidade infantil sorri à distância d’uma carne sem vida que foi sua.
E a vaidade vai sem deixar saudade.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Concrecoisa Pegador


A dor atormenta.
A dor pega.
Em silêncio, a dor corrói os sonhos.
A dor faz sangrar, faz chorar, faz tudo. Faz a própria dor!
Lutamos contra a dor.
Mas ela resiste e vence todas as batalhas.
A dor do parto é a dor ancestral.
E o pegador, no varal, prende na corda da vida a dor que carrega no próprio nome.
O pegador pega a dor.
Já o pregador tenta convencer.
Ele ilude a dor que também carrega em si.
Num determinado dia...
...a dor se transformará em prazer.
Neste dia, pegaremos nas mãos de Deus.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Concrecoisa Amaravida


As cores brilham no mar.
É a vida, é a vida...
                              ...é o mar da vida.
Assim o tempo passa, em cores ou em preto e branco.
Assim aprendemos a amar a vida.
Por vezes amarga vida.
No verso do poeta, o neologismo amaravida, que é a combinação do amor à vida, que é a Concrecoisa, surge em pensamento e sem pedir licença.

A vida
Mar da vida
Amar a vida
Amarga vida

E parece que foi ontem que o mar brilhou pela primeira vez.
O brilho das cores, não é de ontem.
O brilho das cores é do agora, pois o amanhã é cinza.

A vida
Mar da vida
Amar a vida
Amarga vida

Repetiu o poeta no dia do seu aniversário, em 13 de junho.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Concrecoisa Folhagem


As folhas caem das árvores.
Caem como lágrimas.
O vento faz a lágrima dançar.
Em festa da natureza.

No chão.
A folhagem adormece.
É o mosaico que a dança formou.

E tudo se resume em transformação.
E o tempo diz:

folhagem
no
chão
confete
da
natureza

As folhas continuam caindo.
Passa o verão.
Passa o outono.
Passa o inverno.
Passa a primavera.
As folhas continuam dançando.

Aprendi...
                ...folhas são confetes da natureza.
                ...folhas são confetes jogados por Deus.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Concrecoisa Cafetina


A cafetina está livre.
Podem, sim, podem chamar também de caftina. É tudo a mesma coisa.
Dizem por aí, eu sei que dizem, que tem muita cafetina de luxo em Brasília.
Acho que já deu para sacar o motivo. Tem sentido...
A Concrecoisa Cafetina brinca com a sonoridade das palavras.
Cafetina tem café e cafetina tem também um pouco de cantina.
São coisas diferentes, mas o som, este, tem aproximação.
O som é o lace pensado e executado de forma simples e equilibrada.
Vamos repetir até atingir a exaustão:

A cafetina
Toma café
Na cantina

A cafetina
Toma café
Na cantina
A cafetina
Toma café
Na cantina

A cafetina
Toma café
Na cantina
A cafetina
Toma café
Na cantina

...

Pronto!
A lição foi apresentada e aprendida.
Meretriz pra lá, meretriz pra cá.
O ato sexual por dinheiro está consumado!
Quem dá mais?
Vou ali tomar um café na cantina e nada de cafetina, só cafeína.