sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Concrecoisa Aonde


Uma fenda na parede.

Não sei se saberei aonde ir, se eu for além!

Pois no caminho de espinho.

Uma fenda aparece como alternativa.

Talvez uma passagem para o não espinho.

Se é que existe não espinho na vida.

Mas a fenda existe.

E a possibilidade de atravessar a fenda aparece.

Do outro lado, o espinho talvez não seja tão afiado, tão pontiagudo.

Como é perfurante o espinho que ficou para trás.

A fenda é o não espinho.

Mesmo se o espinho seja a própria fenda.

E o outro lado é aonde vamos parar: uma possibilidade sempre aberta e cujo espinho é a esperança (espinho + esperança = espinherança).

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Concrecoisa Gancho


O gancho sempre suspende alguma coisa.

Quando ele aparenta estar vazio, sem nada suspenso, ele está nos enganando, pois está suspendendo o ar.

Em síntese, o gancho representa a ação.

E se ele é ação, é verbo.

Se é verbo, é vida.

Daí eu digo na concrecoisa desta semana:

pesada ou leve, a vida

é suspensa

no gancho

da ação

É isso!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Concrecoisa Palma da mão


O mundo estava inscrito na palma da mão.

Desde sempre, desde o nascimento.

Até o último suspiro.

Tudo estava ali, marcado.

Na mão.

O mundo.

A força.

Os calos.

Tempos idos.

E a mão fez as marcas vencer a dor.

E a dor virou eco.

Um eco que é o último suspiro das inscrições na pele.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Concrecoisa Era


Era uma vez uma hera.

Era uma hera verde.

E várias heras cresceram no dorso do tempo.

A era fez a hera secar.

O verde virou cinza.

Já era!