Refletindo sobre a eternidade, fui abençoado com essa historinha que
conto aqui na concrecoisa em dia de Natal, eternidade em Jesus.
Um
jovem perdido numa floresta encontrou Oxóssi camuflado entre os arbustos. O desespero
pulsava com o aproximar do anoitecer. O pedido de ajuda trouxe um pouco de calma.
Num
determinado momento, percebeu que estava diante do Caçador das Matas. O seu
coração acelerou mais forte, aflorando questionamentos existenciais. E
perguntou, quase balbuciando.
–
Oxóssi, o que é a eternidade e como poderei ficar imortal?
Depois
de alguns segundos de reflexão, Oxóssi respondeu com olhos nos olhos.
–
Jovem, a eternidade é a minha flecha lançada ao céu. Ela é quem faz a
eternidade.
Sem
entender a resposta, o jovem emendou.
–
Como assim, se a flecha depois de lançada cai no chão?
Pausadamente,
Oxóssi completou, agora fixando o olhar na corda do seu arco.
–
A eternidade não é o tempo infinito de a flecha subir ao céu e depois cair no
barro onde nasce a vida. A eternidade é o contar que a flecha foi lançada, caiu
e depois foi lançada novamente.
Sem
precisar dizer mais nada, o Caçador das Matas apontou o caminho correto para o
jovem voltar seguro para casa.
Ao
deitar, centrado em si, o jovem percebeu que tinha que ser a flecha e mais do
que isso. Tinha que ser também o arco que movimenta a vida.