sexta-feira, 29 de abril de 2016

Concrecoisa Murmúrio


O burburinho agora é cibernético.

Veloz, mais que veloz.

É lá no mundo dos bites onde os murmúrios ecoam, viralizam-se.

O murmúrio é o rei da cena atual.

É a bola da vez!

E quanto mais murmúrio, mais os meios de comunicação espalham o murmurar.

Entre cochichos e coisas afins, fui dominado pelo silêncio.

Pois é!

O murmúrio adormeceu no abismo do esquecimento.

Silêncio necessário.

Quase esquecia de murmurar em forma de concrecoisa.

O amigo José Jesus Barreto lembrou.

Taí, consumado no que o murmurar agora é.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Concrecoisa Mentira


Vivemos num mundo governado pela mentira.

A mentira é o homem.

Quem mentiu primeiro?

Será que foi o homem?

Será que foi o mundo?

No Brasil, a mentira está em tudo.

A justiça tenta aprisionar a mentira.

E infeliz é aquele que acredite em tudo.

Porque tudo é mentira.

Como tudo é mentira, só a mentira resiste.

Infeliz também é quem acredita na imparcialidade.

A imparcialidade não é uma grande mentira.

A imparcialidade é verdade da mentira.

Este texto não é político.

A mente tira.

A mente atira.

A mente é ira.

Amentira.

Amém!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Concrecoisa Rogério das artes


Estou muito triste.

O amigo Rogério Duarte faleceu na quarta-feira, dia 13.

Lembro dos nossos papos filosóficos realimentados com muita música, arte gráfica, literatura, poesia, ciência, religião, memórias históricas e acirradas partidas de xadrez.

Rogério Duarte está presente no meu livro “Jorge Mautner em Movimento”.

Também está presente no livro Concrecoisa – Volume I, no texto de sua autoria da contracapa.

Minhas memórias recuperam algumas dessas vivencias partilhadas, como a viagem para Santa Inês em época de São João.

Obrigado, amigo.

Descanse em paz!

sexta-feira, 8 de abril de 2016

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Concrecoisa Pai

Téo não tinha ninguém.

Vivia só e nunca tivera documento de identidade.

O mundão de concreto era o seu pai.

Costumava dizer que era filho de Zeus.

Sabia ler e escrevia muito bem; melhor do que muitos do ofício.

Sem lugar fixo, qualquer canto era paraíso.

Andarilho por natureza, se escondia nos subterrâneos.

Um dia, acordou com a palavra pai remoendo o juízo.

Começou a escrever nos pilares dos viadutos, nos muros e até nos jazigos.

Depois passou a escrever a palavra paz.

E tempos depois a palavra país.

Num dia de Natal, Téo partiu para outra misturando pai, paz e país.

Téo agora é concrecoisa!